terça-feira, 3 de março de 2009

Sonora Paisagem Periférica

Trocar, ensinar, aprender,se mostrar, se ver, ver o outro, trocar com todos ao meu ver pode ser fascinante. Porque não uma interação sonora que servisse como a argamassa para o exercício de uma convivência plural? Esta deverá a dinâmica fundamental que norteará o trabalho musical da nova lona cultural Jovelina Perola Negra na Pavuna. Com a intenção explicita de trabalhar um espaço baseado nas trocas musicais mergulhando profundamente nas raízes históricas cultural da cidade ,mas também percebendo sua natureza cosmopolita do conceito cidade. O Rio de Janeiro tem um grande historia de sincretismo musical,é uma enorme colcha de retalhos formada de diversos tecidos culturais e oriundos de suas camadas sociais, que atravessam a cidade de todas as formas indo e vindo como que de trem pelos ouvidos , subindo o asfalto descendo os morros,atravessando as zonas Norte, Neste ,Baixadas ,Leopoldina, fazendo se Fluminense e mestiçada lá adiante. Que tal juntarmos tudo isto ? que tal podermos ter nesta lona Jovelina os sons deste universo, e partilharmos com todos os ouvidos?porque não uma interação sonora feita de diversos tipos de gente,mas que servisse como exercício de uma convivência multicultural. A cidade do Rio de Janeiro é uma cidade extremamente musical, tem uma intensa produção sonora periférica invisíbilizada pelas elites, que não chega aos mercados e tão pouco aos espaços públicos, espaços estes que deveriam priorizá-la , pelo cunho pedagógico cultural que este tipo de sonoridade carrega ,ou seja as políticas publicas dos últimos anos no que diz respeito a musica, ainda guardam em si a perversa marca da exclusão pois ainda estão profundamente dominadas por produtores e corporações ligados a um segmento econômico elitista, que transformam a musica da cidade num mero negocio entre amigos.
Marko Andrade

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